Mandioca é o nome mais comum para designar a espécie Manihot
esculenta (ou M. utilissima), uma planta tuberosa da família das Euforbiáceas.
A origem da mandioca é controversa, alguns acreditam que a
mandioca teria sua origem nas Américas Central e do Sul e outros creem que sua
origem estaria no cerrado brasileiro, tendo posteriormente alcançado a região da Amazônia.
A mandioca selvagem original foi domesticada pelos indígenas
sul-americanos em tempos imemoriais. Sua domesticação significou o aprendizado
de sua técnica de plantio (enterrando pedaços de seu caule no solo) e da
técnica para remover o ácido cianídrico tóxico de suas raízes e folhas. A
abundância de carboidratos propiciada pelo seu cultivo possibilitou o
surgimento de grandes nações indígenas nas regiões tropicais americanas.
Datam de dois mil anos os primeiros vestígios de pilões para
moagem de mandioca no Brasil.
Muitos pesquisadores acreditam que a mandioca domesticada
teve sua origem nas tribos Tupis no interior do Brasil, mas essa pode não ser a
versão correta. A palavra Mani é de origem Aruak (povos originários do alto
amazonas, litoral equatoriano e planícies venezuelanas), e esses eram exímios
agricultores, principalmente no cultivo da mandioca, é possível imaginar que os
Tupis tenham aprendido com eles como cultivar essa planta.
É fato que, antes da chegada dos europeus à América, a
mandioca já estava disseminada, como cultivo alimentar, até a Mesoamérica
(Guatemala, México).
Em 1551, o padre jesuíta Manuel da Nóbrega, escrevendo sobre
sua visita a Pernambuco, referia-se ao beiju e às farinhas fabricados pelos
indígenas.
Com a chegada dos colonizadores europeus, no século XVI,
estes aprenderam dos indígenas as técnicas de utilização da mandioca. A farinha
de mandioca passou a ser um alimento básico dos bandeirantes (juntamente com a
carne seca) e dos marinheiros europeus que viajavam pelas costas americanas,
assim como para os escravos capturados na África e trazidos nos navios
negreiros para o Brasil.
A primeira descrição da cultura e dos frutos da mandioca no
Brasil foi feita por Pero de Magalhães Gândavo, na minuciosa História da
Província de Santa Cruz, de 1573.
Os navegadores europeus foram também responsáveis pela
introdução da mandioca no continente africano a partir do século XVI.
Encontrando condições climáticas semelhantes às de seu território de origem, a
mandioca se espalhou pela África, tornando-se um ingrediente típico das
culinárias locais. Os espanhóis, sempre no século XVI, introduziram a mandioca
também na Ásia, a partir das Filipinas.
A produção da farinha de mandioca é feita a partir das raízes
descascadas, lavadas e raladas. A massa ralada, depois de prensada para a
extração da parte líquida, passa por um processo de esfarelamento ou
descompactação para que possa ser peneirada. Por fim, a farinha é torrada. A
mandioca-brava ou mandioca-amarga ou simplesmente mandioca é rica em ácido
cianídrico, um poderoso veneno.
O princípio ativo tóxico é a linamarina, que por hidrólise
enzimática ou ácida, libera o ácido cianídrico que é o responsável pela
intoxicação. As maiores concentrações da toxina se encontram no látex e,
principalmente, na raiz e folhas.
Para evitar a intoxicação por ingestão da mandioca ela deve
ser fervida (descascada e cortada em pedaços), para eliminar o princípio tóxico
que é termolábil e volátil. No caso da farinha de mandioca, ela, perde sua
toxicidade no processo de torrefação ou cozimento.
A mandioca hoje é o alimento básico para mais de 700 milhões
de pessoas em pelo menos 105 países. No Mundo já é a 4º alimento que mais
fornece calorias.
Em 2003, os países africanos eram os maiores consumidores Mundiais,
seguido pelos asiáticos (China em crescimento), caribenhos e da América Latina.
Os maiores produtores de mandioca são, na ordem, a Nigéria,
o Brasil e a Tailândia.
Já os maiores exportadores são a Tailândia (com 75% do
mercado) seguida pelo Vietnã, Indonésia e Costa Rica.
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