sexta-feira, 18 de março de 2016

CEBOLA

A Cebola (Allium cepa) é uma planta da família da Alliaceas (antigamente classificada como Liliácea).

A origem da cebola parece se colocar no planalto iraniano, na região dos atuais Afeganistão e Iran. Há evidências que os bulbos da cebola fossem utilizados como comida já na antiguidade. Em assentamentos Cananeus da idade do bronze, datados de 5.000 AC, foram encontrados restos de cebolas, juntamente com sementes e frutas. Não se sabe ao certo se, nesta época, já eram cultivadas ou somente coletadas.

São várias as referências à utilização das cebolas na Antiguidade Oriental. Existem registros de seu consumo entre os hebreus, os egípcios (3.500 AC), os povos da Mesopotâmia (2.500 AC) e, um pouco mais tarde, também entre os gregos e romanos.

Os egípcios não apenas as usavam para alimentar os trabalhadores que construíram os grandes monumentos, mas também as colocavam nas tumbas de nobres e reis, como Tutankamon. Ou seja, era um alimento difuso em todas as classes da civilização egípcia.

Existem registros do uso da cebola na alimentação da Índia e China, datadas de 3.000 AC, muitas vezes usadas também como remédio. As cebolas já eram difusas em quase todo o continente Asiático desde a antiguidade.

As Cebolas eram populares junto aos gregos e romanos.
Na antiga Grécia os atletas comiam muitas cebolas, pois havia a crença de que deixassem o sangue mais leve. Os gladiadores romanos esfregavam cebolas em seus corpos, pois acreditavam que deixassem os músculos mais firmes. Eram usadas como moeda para pagar os soldados. Os legionários do Império Romano, habituados a longas caminhadas em suas campanhas militares tinham que carregar alimentos que não estragassem rapidamente. Entre esses alimentos encontravam-se as azeitonas, o pão, figos, o vinho e as cebolas.
De acordo com Plínio o Velho, não existia remédio mais poderoso para favorecer a diurese, e, quando cozidas, eram um excelente laxante.

Também os bizantinos, conforme relatos do século VI, consumiam cebolas de forma habitual. Alho e cebola juntam-se ao de peixe frito e carne assada na composição das principais tradições gastronômicas do Império Bizantino.

Os árabes, por sua vez, usavam a cebola pra aumentar a consistência e modificar o sabor de suas iguarias. Já na idade média era comum que misturassem sal, cebolas, pimenta, coentro e canela às carnes, numa panela, acrescentando depois legumes para compor os pratos que consumiam.

Assim como os muçulmanos, os judeus também utilizavam a cebola em suas produções alimentares.

Carlos Magno (742-814 DC), fundador do Sacro Império Romano-Germânico, exigiu que as cebolas fossem cultivadas nas hortas de seu palácio.


Durante a Idade Média, as cebolas eram consumidas por toda a Europa, plantadas regulamente pelos camponeses, juntamente com outras hortaliças, para integrar suas dietas de grãos. Acreditava-se que as cebolas protegiam contra os maus espíritos e as pragas, provavelmente por causa de seu forte odor. Eram também consideradas um remédio para a infertilidade das mulheres e dos animais e para várias outras doenças ou problemas.

A Cebola foi levada à América por Cristovão Colombo, durante sua viagem ao Haiti em 1493.

Em 1671, um padre francês, Jacques Marquette, juntamente com outros, instalou uma colônia ao sul do Lago Michigan, nos futuros Estados Unidos. Anos mais tarde, em 1830, a cidade consolidou seu nome como “Chicago” com base na palavra “shikaakwa” da língua nativa Miami-Illinois, que significa “Cheiro de Cebola”, por causa do cheiro que emanava das abundantes plantações de cebola da região.

Ao final da Idade Média, como forma de comprovação da presença da cebola na alimentação européia daquele período, os quadros pré-renascentistas que trabalhavam com a natureza morta (especificamente com a imagem de alimentos), apresentavam esse vegetal aparecendo sempre cru, posicionado ao lado de pães e peixes.

No Brasil a introdução da cebola se deu com a chegada de imigrantes portugueses e açorianos que colonizaram as regiões de Rio Grande e Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, no início do século XIX. A partir desta região o cultivo da cebola se espalhou por todo o país.

A produção mundial fica em torno de 64 milhões de toneladas que são cultivados em 3,45 milhões de hectares (FAO, 2007). Os maiores produtores de cebola do mundo são a China, Índia, EUA, Paquistão, Turquia, Rússia, Iran, Brasil, México e Espanha. A China é o maior produtor de cebolas do mundo sendo que 44.5% de toda a cebola colhida no mundo vem da China e Índia.

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