A Cebola (Allium cepa) é uma planta da família da Alliaceas
(antigamente classificada como Liliácea).
A origem da cebola parece se colocar no planalto iraniano,
na região dos atuais Afeganistão e Iran. Há evidências que os bulbos da cebola fossem
utilizados como comida já na antiguidade. Em assentamentos Cananeus da idade do
bronze, datados de 5.000 AC ,
foram encontrados restos de cebolas, juntamente com sementes e frutas. Não se sabe
ao certo se, nesta época, já eram cultivadas ou somente coletadas.
São várias as referências à utilização das cebolas na
Antiguidade Oriental. Existem registros de seu consumo entre os hebreus, os
egípcios (3.500 AC ),
os povos da Mesopotâmia (2.500
AC ) e, um pouco mais tarde, também entre os gregos e
romanos.
Os egípcios não apenas as usavam para alimentar os
trabalhadores que construíram os grandes monumentos, mas também as colocavam
nas tumbas de nobres e reis, como Tutankamon. Ou seja, era um alimento difuso
em todas as classes da civilização egípcia.
Existem registros do uso da cebola na alimentação da Índia e
China, datadas de 3.000 AC ,
muitas vezes usadas também como remédio. As cebolas já eram difusas em quase
todo o continente Asiático desde a antiguidade.
As Cebolas eram populares junto aos gregos e romanos.
Na antiga Grécia os atletas comiam muitas cebolas, pois
havia a crença de que deixassem o sangue mais leve. Os gladiadores romanos
esfregavam cebolas em seus corpos, pois acreditavam que deixassem os músculos
mais firmes. Eram usadas como moeda para pagar os soldados. Os legionários do
Império Romano, habituados a longas caminhadas em suas campanhas militares
tinham que carregar alimentos que não estragassem rapidamente. Entre esses
alimentos encontravam-se as azeitonas, o pão, figos, o vinho e as cebolas.
De acordo com Plínio o Velho, não existia remédio mais
poderoso para favorecer a diurese, e, quando cozidas, eram um excelente
laxante.
Também os bizantinos, conforme relatos do século VI,
consumiam cebolas de forma habitual. Alho e cebola juntam-se ao de peixe frito
e carne assada na composição das principais tradições gastronômicas do Império
Bizantino.
Os árabes, por sua vez, usavam a cebola pra aumentar a
consistência e modificar o sabor de suas iguarias. Já na idade média era comum que misturassem
sal, cebolas, pimenta, coentro e canela às carnes, numa panela, acrescentando depois legumes para compor os pratos que consumiam.
Assim como os muçulmanos, os judeus também utilizavam a
cebola em suas produções alimentares.
Carlos Magno (742-814 DC), fundador do Sacro Império
Romano-Germânico, exigiu que as cebolas fossem cultivadas nas hortas de seu
palácio.
Durante a Idade Média, as cebolas eram consumidas por toda a
Europa, plantadas regulamente pelos camponeses, juntamente com outras
hortaliças, para integrar suas dietas de grãos. Acreditava-se que as cebolas
protegiam contra os maus espíritos e as pragas, provavelmente por causa de seu
forte odor. Eram também consideradas um remédio para a infertilidade das
mulheres e dos animais e para várias outras doenças ou problemas.
A Cebola foi levada à América por Cristovão Colombo, durante
sua viagem ao Haiti em 1493.
Em 1671, um padre francês, Jacques Marquette,
juntamente com outros, instalou uma colônia ao sul do Lago Michigan, nos
futuros Estados Unidos. Anos mais tarde, em 1830, a cidade consolidou
seu nome como “Chicago” com base na palavra “shikaakwa” da língua nativa
Miami-Illinois, que significa “Cheiro de Cebola”, por causa do cheiro que
emanava das abundantes plantações de cebola da região.
Ao final da Idade Média, como forma de comprovação da
presença da cebola na alimentação européia daquele período, os quadros
pré-renascentistas que trabalhavam com a natureza morta (especificamente com a
imagem de alimentos), apresentavam esse vegetal aparecendo sempre cru,
posicionado ao lado de pães e peixes.
No Brasil a introdução da cebola se deu com a chegada de
imigrantes portugueses e açorianos que colonizaram as regiões de Rio Grande e
Pelotas, no estado do Rio Grande do Sul, no início do século XIX. A partir
desta região o cultivo da cebola se espalhou por todo o país.
A produção mundial fica em torno de 64 milhões de toneladas
que são cultivados em 3,45 milhões de hectares (FAO, 2007). Os maiores
produtores de cebola do mundo são a China, Índia, EUA, Paquistão, Turquia,
Rússia, Iran, Brasil, México e Espanha. A China é o maior produtor de cebolas
do mundo sendo que 44.5% de toda a cebola colhida no mundo vem da China e
Índia.
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